André e Thiago se apressavam para chegar até a escola de natação FASTSWINNG.
-Temos que chegar rápido!-Thiago disse.
-Não diga!-André retrucou.
-Não fica nervoso!
-É que eu estou preocupado!-André disse-Podemos salvar outra vida.
André percebeu que o taxista estava estranhando a conversa dos dois, então seguiu em silêncio até a escola de natação.
Lá, desceram, e entraram na recepção. Uma moça de cabelo ruivo até a cintura que estava sentada numa cadeira, mexendo num computador, os recebeu.
-Boa tarde!-ela disse gentilmente- O quê deseja?
-Nós queríamos falar com um amigo nosso!-Thiago disse.
-Qual o seu nome?-ela perguntou.
-Eu sou Thiago.
-O nome do amigo de vocês... –ela advertiu.
-João Pedro Salles!-André concertou.
-O.K-ela disse, digitando coisas no computador- Só um momentinho...
-O quê um hélice tem haver com uma escola de natação?-André perguntou pra alguém qualquer.
-É verdade... –Thiago concordou-Não tem hélices aqui! Ou tem?
-O amigo de vocês não está aqui!-disse a atendente cortando a conversa.
-Como assim?-Thiago perguntou.
-A mãe dele disse que ele viria para a aula de natação!-André advertiu.
-Ele pode ser da turma que foi pra uma aula em nado livre no mar!-ela opina.
-Você sabe onde essa turma foi?-André perguntou.
-Na Praia Da Costa Do Litoral Azul!-ela informou.
-Obrigado. –ele agradeceu.
Os dois saíram de lá e correram. A Praia Da Costa Do Litoral Azul não era tão longe, apenas algumas quadras. Foram parados por um mendigo, que lhe pediu umas esmolas. Thiago lhe deu algumas moedas. E seguiram em frente.
-Duas moedas de cinco centavos e duas de um centavo?-o mendigo falou pra si mesmo, jogando as moedas na rua, uma delas bateu num garrafão de gasolina que estava do lado de um táxi, derrubando-o, e fazendo a gasolina vazar e se dirigir até uma casa de alugue-lanchas.
-Estamos quase chegando!-Thiago disse.
Os dois correram pela areia, e avistaram um grupo, com vários garotos e garotas com roupa de praia. João estava no meio deles, com um bermudão azul.
-Cabe dois de mim naquele bermudão!-Thiago brincou.
-JOÃO!!!!!-André gritou, ignorando a piada do amigo.
João se virou e os viu, se dirigiu a eles.
-O que fazem aqui?-João perguntou coçando a cabeça.
-Precisamos te ajudar!-André exclamou.
-Com o quê?-ele perguntou.
-Você corre perigo!-Thiago exclamou, chacoalhando João.
-Por quê?-ele perguntou.
-A morte está atrás de você!-André disse-Você escapou do acidente no mercado, no qual você morreria! E agora a Morte quer pegá-lo!
-Isso é loucura!-ele disse indo de volta ao grupo.
Nisso, um outdoor enferrujado se desprende e despenca soltando várias faíscas, João desvia e cai no chão, depois, se levanta.
-Viu! Não é a minha hora!-disse João.
Nesse exato momento, uma das faíscas cai na trilha de gasolina, e uma linha de chamas começa a surgir, e segue até a casa de alugue-lanchas.
-Vocês são loucos!-João gritava-Eu estou vivo, e vocês vão morrer, sabe por quê? Porque só vocês acreditam nisso!
A trilha de fogo acaba indo em barris de gasolina. O estabelecimento explode. Várias lanchas voam. Uma delas, que acabara de ser alugada, e estava ligada, voa em direção de João, a “hélice” de trás da lancha está funcionando.
-Eu vou viver!-João exclamou, quando a hélice da lancha triturou sua cabeça, jorrando sangue para vários lados.
-Minha nossa!-André disse colocando a mão na boca, enquanto vários alunos da natação vinham ver o que aconteceu.
***
Thiago e André chegaram na lanchonete de sempre, com uma cara de taxo, Susi os esperava.
-Nós não conseguimos!-Thiago lamentou, avisando da notícia para Susi.
-Calma... -ela tentava dizer-Vamos ficar bem!
-Não Susi!-Thiago se irritou-A próxima é você! Tenho que te salvar!
-Eu vou ficar bem Thiago!-Susi retrucou-Desde que meu pai morreu naquele acidente de carro na Rota 23, minha vida está desiquilibrada!
-Eu perdi minha mãe num acidente de avião... –Thiago também lamentou.
-Se minha hora chegar... –Susi começou-Vou ficar feliz, encontrarei meu pai...
-Mas podemos impedir isso!-André disse.
-Como?-Thiago disse aumentando o tom da voz.
-Eu não sei... –ele respondeu desanimado.
-É sempre assim!-Thiago exclamou-Você nunca sabe de nada!
-Você acha que é fácil?-André perguntou olhando pra baixo- Eu ser o último dessa bosta de lista e ficar vendo meus amigos morrerem? Alguns eu posso salvar, mas outros, o João, a Jessica, você não sabe a dor do Max em perder Jessica, e eu? Eu perdi a Rebecca! Meu pai nem me conhece direito! Vive viajando!
-Sua vida é barra... –Susi disse consolando o amigo.
-Mas vou acabar com isso!-André disse levantando a cabeça-Amanhã mesmo acabarei com essa droga de lista!
-Como?-Susi perguntou.
-Você saberá!-André disse indo embora.
-Também quero que saiba uma coisa... –Thiago falou.
-Fala... –Susi disse olhando diretamente para Thiago.
-Você pode morrer a qualquer hora, mas quero que saiba que... –pausa-... Eu gosto muito de você!
-Eu também gosto muito de você... –ela disse, os dois aproximaram os seus rostos, se beijando.
-Não quero te perder... –Susi falou.
-E não vai!-Thiago retrucou, beijando-a ainda mais.
Os dois ficaram se beijando por mais um tempo, enquanto André se dirigia para sua casa, pensando no dia de amanhã. E na conversa importante que ele teria.
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